Imperial. Eis a palavra que sintetiza o domínio exercido por Hélder Silva na 7ª Rampa de Boticas 2022. No fim-de-semana em que se tornou bicampeão nacional absoluto, o piloto da Power House dominou a última prova da temporada 2022 de Montanha.

Triunfando em todas as subidas em que participou, Hélder Silva logrou ainda registar as duas melhores marcas do fim-de-semana, cravando na segunda Subida de Prova como melhor “crono” de toda a prova o tempo de 2.12.,933, à espantosa média horária de 138,38 km/h.

Sempre que uma adversário melhorava o registo, o piloto da Osella PA2000 EVO 2, melhorava ainda mais, construindo assim de forma musculada aquela que é a quarta vitória absoluta na temporada em que chegou ao segundo título consecutivo da sua carreira.

“Estou muito feliz, principalmente pela minha família, pela equipa e pelos patrocinadores. Foi um ano muito intenso, onde apostámos em evoluir de forma contínua a Osella e todo o trabalho da Power House deu frutos. Aliás, foi aqui em Boticas que eu senti finalmente a barchetta no ponto. Esteve perfeita e construímos uma vitória que é prenda acrescida ao título nacional”, prometendo Hélder Silva que ”possivelmente, alinharei em 2023 para lutar pelo tricampeonato!”.

Em Boticas, quem mais perto rodou do vencedor foi o espanhol César Rodriguez. Tal como nas vezes anteriores em que participou no CPM JC Group, o piloto da Osella PA21S Jrb voltou a revelar muita rapidez, premiada em Boticas com um justo 2º lugar da geral, a 4,3 segundos de Hélder Silva.

O pódio absoluto contou com a presença de José Correia no 3º posto. A braços com alguns problemas na Norma FC20 da JC Group Racing Team, Correia foi melhorando os tempos e desalojou António Rodrigues e o SilverCar EF 10 da NJ Racing/Lusimed do 3º lugar na derradeira Subida de Prova, beneficiando do facto do piloto duriense ter desistido nessa subida, com a quebra da transmissão do protótipo catalão, tendo assim de se contentar com o 4º lugar da geral.

Logo atrás da “Bala do Douro”, o 5º lugar absoluto foi conquistado pelo seu colega de equipa, Nuno Guimarães. Este, voltou a evidenciar todos os seus predicados com o SilverCar S2 e voltou a vencer entre os Protótipos B, não sem que nesta luta particular enfrentasse forte oposição do espanhol Martin Villar (BRC 05 Evo), que terminou somente a 0,8 segundos do “Capitão da Montanha”. O pódio da Divisão ficou completo com Joaquim Rino, no BRC BR49 Evo da Articimentos.

Quanto aos GT, com o campeão Vítor Pascoal ausente, previa-se um duelo sem tréguas entre Gabriela Correia (Mercedes AMG GT4) e Bernardo Garcia de Castro (Porsche 997 GT3 CUP).

E assim sucedeu. A “Princesa da Montanha” impôs a lei do seu GT4 na subida a contar de sábado, mas viu o espanhol ripostar na segunda subida, já no domingo, ficando tudo por resolver para a terceira Subida de Prova. Ambos foram ao ataque, mas Gabriela Correia subiu um patamar na rapidez e venceu com todo o mérito, deixando, no final, o adversário a três segundos de distância. Mesmo a braços com graves problemas de eletrónica no Nissan Nismo 370Z, o bracarense Daniel Vilaça garantiu o 3º posto na categoria.

Quanto à Categoria Turismos, Boticas foi palco da festa do “tetra” de Luís Nunes. O “Foguete de Valpaços” apareceu em Boticas com o seu Skoda Fabia R5 alvo de um “upgrade” aerodinâmica, que se juntou à evolução que o carro tem vindo a sofrer no motor e as alterações refletiram-se de forma contundente no cronómetro.

Nunes foi o melhor da categoria, terminando a larga distância dos demais, muito para lá do que tinha sucedido em todas as provas anteriores da época, comemorando assim com o sexto triunfo na categoria e o oitavo na Divisão 1, a conquista do quarto título nacional consecutivo.

Luis Nunes

Na sua divisão, houve luta pelo segundo posto, tendo sido Pedro Marques (Subaru Impreza 4WD) a superiorizar-se a Carlos Gonçalves (Mitsubushi Lancer EVO X).

Já Joaquim Teixeira, voltou a ser quem mais perto conseguiu rodar de Luís Nunes. Em dia de aniversário, o piloto da JT59 Racing Team/Bompiso foi segundo na categoria e manteve a invencibilidade na Divisão 2, espaço onde também encontramos o 3º melhor da categoria.

Falamos de José Carlos Pouca Sorte que, no VW Golf R35 GTi da Megamotors, voltou a demonstrar uma competitividade intensa e selou a sua presença no pódio final dos Turismos no campeonato. Uma palavra para Manuel Rocha e Sousa (Cupra TCR) 3º em Boticas na Divisão 2.

Imprópria para cardíacos voltou a ser a “batalha” na Divisão Turismos 3. Houve drama, reviravoltas e indecisão quanto à vitória na prova e à conquista do título até final.

E se no sábado, um problema de motor no Citroen Saxo, quase afastava Bruno Carvalho dos dois objetivos, o piloto da Lx Sport esteve perfeito no domingo e, já na última subida, desalojou Parcídio Summavielle (Renault Clio RS R3) da liderança na rampa e no campeonato, reservando para si a vitória em ambos, sendo de realçar que Summavielle deu tudo em pista e foi e sai do campeonato com um 2º lugar merecido, por toda a sua incrível capacidade. Alberto Pereira, num Honda Civic Type R voltou a andar forte e foi 3º nas contas da divisão.

Na Taça de Portugal de Kartcross de Montanha JC Group, Sérgio Mateus venceu e voltou a receber os favores do público pela sua condução rápida e exuberante.

A festa rija que as claques e todos quantos fazem parte da “família da Montanha” organizaram para receber na zona de partida o plantel do campeonato, logo após o términus da última subida de prova, foi plenamente justificada pela excelente época que a modalidade viveu em 2022, premiando ainda a organização de grande nível que o Demoporto rubricou nesta oitava e última prova da temporada.

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