Montalegre abate Super União de Leiria

Primeira parte brilhante da equipa transmontana. Na segunda, os barrosões baixaram linhas e apelaram ao espírito de sacrifício para segurar a vantagem. Parecia um jogo de Liga 3.

O CDC Montalegre eliminou uma das equipas mais fortes da Liga 3, a União de Leiria. Com um plantel talhado para subir de divisão, a equipa leiriense era, à partida para este embate, claramente favorita, pese embora o facto de não jogar no seu estádio habitual. Do outro lado esteve um Montalegre com vontade de fazer “Taça”; com algumas mexidas no onze, capazes de equilibrar melhor a formação barrosã em termos defensivos. Rui Bruno foi central, Luan reforçou o lado esquerdo, Angola foi titular e Ari estreou-se um ano e meio depois de chegar a Montalegre. Uma lesão impediu o jovem atleta de vestir a camisola azul. O Montalegre foi forte defensivamente, corajoso nos despiques, ganhou muitas segundas bolas, na frente perigoso, com Didi e Angola a importunarem a baliza de Carlos Alves.

Nos primeiros instantes do jogo houve duas aproximações da União de Leiria à baliza do Montalegre: um disparo por cima e um cabeceamento de Gonçalo Gregório ao lado.

A equipa transmontana equilibra o jogo e até se superioriza ao seu adversário. Angola e Didi estavam muito ativos e, em jogada individual, este último é ceifado dentro da área. Diogo Teixeira bateu o penálti e deu vantagem à equipa transmontana.

Depois Didi está perto do 0-2, isolado não consegue bater Carlos Alves, que defendeu bem a bola à figura. Antes do intervalo, Jeimes não agarra e a União de Leiria não aproveita. Ao intervalo o resultado era justo e o Montalegre até podia ter uma vantagem mais larga.

Na etapa complementar, Rúben Neves volta a estar perto de marcar para os visitantes; depois de grande jogada de envolvimento, o remate saiu ao lado… Leandro Antunes entrou bem no jogo ocupando o lugar do lesionado Babanco. Acaba por ameaçar com remates à malha lateral aos 51 e 52 minutos.

Depois era a vez de Jeimes brilhar na baliza do Montalegre. Jair remata forte, cria perigo, mas Jeimes defende em grande estilo.

O Montalegre voltava a ter o segundo golo à porta: grande trabalho de Didi, oferece o golo a Pio que obriga Carlos Alves a defesa por instinto.

A partir daqui o Montalegre recua muito as suas linhas e o conjunto da casa fez perigar a baliza contrária. Primeiro, num remate de Afonso Valente, para enorme intervenção de Jeimes para canto. Depois, o quarto remate à malha lateral da baliza do Montalegre na etapa complementar. A seguir, Jeimes volta a evitar o golo ao sair-se com classe da baliza e matar a jogada. Depois é Valdir Júnior a criar perigo.

James – guarda-redes emprestado pelo Paços de Ferreira – e Didi, do Montalegre, foram os melhores em campo.

Vitória suada mas justa da equipa transmontana, numa das maiores surpresas da 2ª eliminatória da Taça de Portugal.

Bom trabalho da equipa de arbitragem, em termos técnicos e disciplinares. Augura-se um futuro promissor a este jovem árbitro.

O treinador da União de Leiria, Vasco Botelho da Costa, preferiu não omitir quaisquer declarações sobre o jogo.

José Manuel Viage, treinador do Montalegre, regressou ao banco depois do castigo de um mês: “Foi um jogo de grande entrega, com uma grande primeira parte do Montalegre, contra uma excelente equipa. Provavelmente foi a melhor primeira parte este ano, uma equipa com um espírito de sacrifício fantástico. Fizemos um golo, tivemos várias vezes para resolver a situação e ter feito o 2-0. Acho que é um prémio pelo trabalho que a equipa fez. É justo.”

Nuno Carvalho

Foto: União Desportiva Leiria