O SC Braga entrou num mês de verdadeiras decisões. Apesar da presença na fase a eliminar da Liga Europa, que ocorrerá apenas em fevereiro, os arsenalistas discutem o futuro da época a nível nacional neste mês e pode-se dizer que o começo não foi nada positivo. A meio da semana o conjunto de Artur Jorge foi à Luz e saiu de lá eliminado da Taça de Portugal, um dos objetivos da temporada, Zalazar esteve em evidência com um bis, ele que tinha sido o réu no duelo entre as duas formações na Pedreira (perdeu a bola que originou o golo de Tangstedt), mas os problemas na transição e organização defensiva tornaram a ´tramar´ os Guerreiros. Não se pode dizer que seja uma surpresa, mas a verdade é que o otimismo no início da época era claramente exagerado.
Artur Jorge afirmou de forma clara que o clube era candidato ao título, mas é difícil exigir esses objetivo quando os rivais gastam o triplo, têm melhores jogadores e plantéis mais equilibrados. O Braga tem, inegavelmente, muita qualidade do meio-campo para a frente, quiçá até em demasia, uma vez que, não raras vezes, Pizzi ou Rony Lopes, dois jogadores com cartel, ficam, sentados no banco e o próprio Abel Ruiz, que ainda há pouco tempo estava na Seleção AA espanhola, apenas está a jogar agora devido à ausência do goleador Banza.
O abaixamento de forma de Álvaro Djaló e Ricardo Horta também não ajuda, bem como a lesão de Al Musrati, o pêndulo do meio-campo, mas o elenco escolhido no defeso é desequilibrado e não tem sido feito um esforço em janeiro para o reequilibrar. No fundo, praticamente impossível exigir resultados contra equipas da mesma igualha ou superiores com uma linha defensiva tão débil. Niakhaté, atualmente na CAN, tem atributos físicos interessantes, mas é um ´bomba-relógio´ pela forma como está sempre à beira do erro por um lance em que posicionou mal ou abordou mal a bola. Já José Fonte foi um reforço completamente ´ao lado´. Trouxe experiência, certo, mas aos 40 (!) anos, o internacional português, campeão da Europa em 2016, já pede um futebol menos competitivo. Também Paulo Oliveira esgotou o prazo (confrangedoras as suas lacunas técnicas) e Serdar, turco de 20 anos, tem algum potencial, mas está demasiado ´verde´ como se viu no 1-1 da Luz. Neste sentido, o desaire no Dragão também não surpreendeu, sendo uma derrota que deixa os minhotos já muito longe do top-2 e da possível repetição da presença na Champions em, 2024/25. O próprio 3º lugar fica comprometido e, por isso o duelo com o Sporting na Taça da Liga terá uma dimensão ainda mais importante do que já teria por natureza.
No fundo, evidente é que terá de existir uma maior distribuição da riqueza do plantel na próxima época, ou seja será determinante melhorar o setor defensivo se o objetivo for realmente, uma aproximação aos três grandes. Caso contrário, o fosso continuará na mesma e as expectativas de ascender na tabela classificativa não passarão de uma miragem.
Orlando Fernandes