Duas jogadoras partilham comando
Inês Belchior foi a melhor portuguesa na primeira volta do Super Bock Ladies Open at Vidago Palace e a única das seis golfistas nacionais a ficar dentro do ‘cut’ provisório, do único torneio feminino da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) a integrar os circuitos profissionais europeus.
A alemã Leonie Harm e a suíça Natalie Hambruester partilham o comando do torneio integrado no calendário do Ladies European Tour Access Series (LETAS, a segunda divisão do golfe profissional feminino europeu), com 6 pancadas abaixo do Par, menos 7 do que Inês Belchior.
«Encontro-me dentro do cut, o principal objetivo para o primeiro dia. Sinto que estive bem do tee ao green, patei bem e foi o que fez a diferença, porque é normalmente o ponto mais fraco, mas hoje não fiz nenhum green a 3-putts. Também não concretizei muitos putts, só fiz quatro e apenas dois com um putt», disse a dupla campeã nacional absoluta e bicampeã nacional de sub-18, que nunca tinha competido no campo situado no concelho de Chaves.
Inês Belchior somou 73 pancadas, 1 acima do Par, estando empatada no grupo das 44.ª classificadas, que inclui outras 20 jogadoras. Entre as amadoras, é a 2.ª, atrás da vice-campeã do Campeonato Internacional Amador Feminino de Portugal, a francesa Sara Brentcheneff (6.ª, com -4). A inglesa Jessica Hall e a nerlandesa Hester Sicking também são amadoras e têm o mesmo resultado (+1) da portuguesa que joga pela Comporta.
Num dia sem vento e bem soalheiro, a contrastar com a chuva do fim de semana, os melhores resultados aconteceram com duas jogadoras que saíram de manhã. A alemã Leoni Harm, de 27 anos, tem alguma história no golfe feminino. Foi uma grande amadora, a primeira alemã a vencer o Ladies Amateur (2018), um ‘Major’ amador e depois brilhou no circuito universitário norte-americano em Houston.
Como profissional, tem andado mais pela primeira divisão europeia, o LET (Ladies European Tour), mas este ano decidiu disputar alguns torneios do LETAS para ganhar pontos, confiança e rodagem e espera ainda este ano poder regressar ao escalão superior.
«Este é o meu terceiro evento no LETAS – disse à ‘press officer’ Olivia Bothamley-Dakin – e ainda há muito para se jogar, muito pode ainda acontecer, mas estou entusiasmada para os dois próximos dias».
Pelo contrário, Natalie Ambruester, de 25 anos, está a disputar apenas o seu segundo torneio como profissional, embora já jogasse como amadora o LETAS no ano passado. Neste momento, é a 5.ª classificada no ranking do LETAS, depois de um 3.º lugar no torneio inaugural de 2025, em França, e de um 11.º posto no segundo evento do calendário, em Marrocos. Com as 66 pancadas de hoje, a sua melhor volta de sempre no LETAS, já está de novo a lutar por um título.
«Tive alguns bons putts nos últimos buracos, mas não houve nenhum aspeto do meu jogo que se tenha destacado dos demais. Fui consistente em todos os setores», disse a helvética, que concluiu a sua volta em beleza, com birdie-eagle-birdie nos três últimos buracos.
Para além de Inês Belchior houve mais cinco portuguesas em campo, sendo seis um recorde nacional em torneios europeus para profissionais. Inês Belchior e a profissional Susana Ribeiro são as únicas que no passado já competiram em eventos deste nível e até mesmo superior. Aliás, são duas das únicas quatro portuguesas que, na história do golfe nacional, já passaram o ‘cut’ em torneios da primeira divisão europeia (LET).
Esta primeira volta marcou o regresso de Susana Ribeiro às competições internacionais, sendo hoje em dia comentadora televisiva de golfe e treinadora. Um regresso emotivo porque «há registos de, pequenina, com três anos, andar neste campo de taco na mão». Afinal, o seu avô, «foi presidente do clube de Vidago». Mas a sete vezes campeã nacional (três como amadora e quatro como profissional) assegurou que não pretende «voltar a jogar no circuito». Apenas desejou estar presente neste regresso simbólico do golfe europeu profissional a Portugal, oito anos depois da última edição do Açores Ladies Open.
Os principais resultados do Super Bock Ladies Open at Vidago Palace, que conta com as dez primeiras classificadas do ranking do LETAS, entre um total de 126 jogadoras, foram os seguintes.
1.ª Leonie Harm (Ale), 66 pancadas (6 abaixo do Par)
2.ª Natalie Hambruester, 66 (-6)
Portuguesas
44.ª (empatada) Inês Belchior, 73 (+1) (amadora) (dentro do ‘cut’ provisório)
81.ª (empatada) Susana Ribeiro, 75 (+3)
81.ª (empatada) Amélia Gabin, 75 (+3) (amadora)
81.ª (empatada) Francisca Rocha, 75 (+3) (amadora)
99.ª (empatada) Francisca Ferreira da Costa, 77 (+5) (amadora)
116.ª (empatada) Francisca Salgado, 79 (+7) (amadora)
O Super Bock Ladies Open at Vidago Palace prossegue amanhã (quarta-feira), com a segunda e penúltima volta, finda a qual será fixado o cut para o ‘top-45’ (sem contar com as jogadoras amadoras). As saídas a começam às 8h30 de dois buracos em simultâneo (1 e 10), com os últimos grupos a começarem a jogar às 15h00.
O 1.º Super Bock Ladies Open at Vidago Palace é o terceiro dos 18 torneios que integram o calendário do LETAS em 2025, distribui 50 mil euros em prémios monetários e é apoiado pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal, pelo IPDJ, Super Bock e Vitalis.
Texto: Hugo Ribeiro
Foto: ©Fernando Correia/FPG