O crescimento da Seleção Nacional feminina de futebol é, como se diz agora, um processo. Tem etapas que não podem, nem devem deixar e ser cumpridas. É preciso persistência, paciência, paixão e uma enorme humildade para se estar preparado a ser, na história, uma fase de transição. Fase importante, imprescindível, necessária, útil, mas, inda assim, transitória.
É notável que esta Seleção tenha chegado à fase final de um Campeonato do Mundo. Um feito em mesmo e que a coloca numa posição realista de perceber que tudo o que vier a mais, é ganho.
A fase final de um Mundial permite a esta Seleção crescer mais depressa e, importa dizer, será mais derrotas do que em eventuais vitórias que esta Seleção e estas jogadoras mais irão crescer.
No jogo com a poderosa equipa dos Países Baixos, ou neerlandesa, ambas, formas desconchavadas de se dizer, muito simplesmente, Holanda, a Seleção portuguesa teve como principais aspetos positivos, o facto de ter sabido ser competitiva, de ter melhorado da primeira para a segunda parte, fazendo uma exibição em crescendo, de ter conseguido inquietar uma das melhores seleções do mundo, de ter mostrado boa organização tática, e ter tido a sagacidade de ser mais ofensiva, quando achou que o podia ser. Teve, por outro lado, como aspetos mais negativos, a falta de rapidez de execução com bola, falhas técnicas na receção e no passe, óbvia dificuldade de encontrar oportunidade de remate à baliza, ausência de rotinas de movimentos, diferenças significativas na qualidade individual.
Há, pois que consolidar os aspetos positivos e que melhorar os negativos.
Orlando Fernandes