Fundado a 10 de junho de 1926, o Sport Clube de Mirandela é a instituição desportiva mais antiga do distrito de Bragança e a segunda mais antiga em toda a região transmontana.
Presença assídua nos campeonatos nacionais desde o início da década de 1930, os alvinegros somam 42 participações na III Divisão Nacional, sete na II Divisão Nacional, quatro na II Divisão B e nove no Campeonato de Portugal.
Em termos de Campeonato de Portugal, os transmontanos foram um dos totalistas da prova até 2022, quando caíram nos distritais da AF Bragança, tendo atingido a fase de promoção à II Liga em 2014-15 e a fase de acesso à Liga 3 em 2020-21.
Antes, os mirandelenses haviam sido campeões de série da III Divisão Nacional em 2007-08 e 2010-11. Em termos de Taça de Portugal, o melhor que conseguiram foi atingir os oitavos de final em 2011-12.
Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo SC Mirandela no Campeonato de Portugal.
Pedro Fernandes (192 jogos)
Guarda-redes natural de Vila Real e que passou pelas camadas jovens do Abambres SC, FC Porto e Sp. Braga e foi internacional jovem português, representou Dragões Sandinenses, Marítimo B, Desp. Aves , os espanhóis do Salamanca, Sertanense e Macedo de Cavaleiros, antes de ingressar pela primeira vez no SC Mirandela no verão de 2012.
A meio da primeira época mudou-se para os luxemburgueses do Pétange, mas depois regressou ao emblema alvinegro para amealhar 192 jogos e 177 golos sofridos no Campeonato de Portugal entre 2013 e 2020, contribuindo para o apuramento para a fase de promoção à II Liga em 2014-15.
No verão de 2020 ingressou no GD Bragança, tendo transferindo-se depois paro o CA Macedo de Cavaleiros
Nuno Corunha (145 jogos)
Defesa central natural de Santa Marta de Penaguião e que passou pelas camadas jovens da Diogo Cão, RC Penaguião, Vila Real e Mateus, representou como sénior clubes como Cumieira, Mondinense, Amarante e Macedo de Cavaleiros antes de ingressar pela primeira vez no SC Mirandela em 2012-13, na altura para competir na II Divisão B.
Na segunda época nesta primeira passagem pelos alvinegros atuou em 31 partidas (29 a titular) e marcou um golo ao Ninense no Campeonato de Portugal, ajudando a assegurar a permanência.
Seguiram-se três anos no Bragança antes do regresso ao emblema mirandelense, pelo qual somou mais 114 encontros (111 a titular) e nove remates certeiros no anteriormente denominado Campeonato Nacional de Seniores entre 2017 e 2022, mostrando-se impotente para impedir a despromoção aos distritais da AF Bragança em 2021-22.
No verão de 2022 transferiu-se para o Macedo de Cavaleiros.
Vítor Pereira (98 jogos)
Defesa central transmontano, nascido em Chaves, passou pelas camadas jovens do Sp. Braga e pelos seniores de clubes como Desp. Chaves, Freamunde, Tondela e Bragança antes de assinar pela primeira vez pelo SC Mirandela no verão de 2014.
Nas quatro épocas desta primeira passagem pelo emblema alvinegro totalizou 98 encontros (95 a titular) e cinco golos no Campeonato de Portugal, contribuindo para o apuramento para a fase de promoção à II Liga em 2014-15.
No verão de 2018 transferiu-se para o Montalegre, mas quatro anos depois regressou ao conjunto mirandelense para conquistar a dobradinha distrital da AF Bragança.
Zaidu (71 jogos)
Disputou o mesmo número de jogos de Pedro Silva, mas amealhou mais 2280 minutos em campo – 6374 contra 4094.
O jogador mais mediático desta lista, por pertencer ao plantel do FC Porto, um lateral esquerdo nigeriano que ingressou no Mirandela no verão de 2016, inicialmente por empréstimo do Gil Vicente.
Nas três épocas que passou em Trás-os-Montes – a última da qual já como futebolista dos alvinegros a título definitivo – amealhou 71 encontros (todos como titular) e três remates certeiros no Campeonato de Portugal, ajudando a estabilizar a equipa nos patamares nacionais.
Como pessoa ele é fantástico, sempre alegre e a tentar pôr toda a gente alegre também. Era impossível não gostar dele. Como jogador sabia que ele tinha potencial para atingir este patamar”, afirmou sobre Zaidu o seu antigo companheiro de equipa Jordão Cardoso, em entrevista ao O Blog do David publicada em novembro de 2020.
No verão de 2019 deu o salto para o Santa Clara e um ano depois chegou ao FC Porto e à seleção principal da Nigéria.
Pedro Silva (71 jogos)
Médio transmontano natural de Ribeira de Pena e que fez grande parte da formação no Desp. Chaves, trocou os flavienses pelo SC Mirandela quando subiu a sénior, no verão de 2013.
Em quatro temporadas ao serviço do emblema alvinegro amealhou 71 partidas (46 a titular) e três golos no Campeonato de Portugal, contribuindo para o apuramento para a fase de promoção à II Liga em 2014-15.
No verão de 2017 transferiu-se para o Juventude de Pedras Salgadas, onde permaneceu três temporadas, ingressando depois no GD Cerva, antes de rumar ao SC Vila Real, onde conquistou esta temporada a dobradinha distrital da AF Vila Real.
Bruno Magalhães (65 jogos)
Médio natural de Barcelos e que passou pelas camadas jovens de Gil Vicente e Sp. Braga, passou pela equipa B e chegou a ser convocado para jogos da equipa principal dos bracarenses, tendo ainda representado Ribeirão, Desp. Chaves e Freamunde antes de ingressar no Mirandela no verão de 2016, numa altura em que já tinha 34 anos.
Em duas épocas no emblema alvinegro totalizou 65 encontros (63 a titular) e um golo no Campeonato de Portugal, ajudando a manter a equipa nos patamares nacionais.
Haveria de se retirar em meados de 2018, aos 36 anos.
João Loureiro (63 jogos)
Disputou o mesmo número de jogos de Luís Amorim, mas amealhou mais 2390 minutos em campo – 4899 contra 2509.
Lateral/médio direito brasileiro que jogou nas camadas jovens de Flamengo e Vasco da Gama, entrou no futebol português precisamente pela porta do Vitória da Conquista no início de 2014.
Desde então até meados de 2019 – com sete meses ao serviço do Águias do Moradal pelo meio, na segunda metade de 2015-16 – somou 63 partidas (54 a titular) e um golo no Campeonato de Portugal, contribuindo para o apuramento para a fase de promoção à II Liga em 2014-15. No verão de 2019 transferiu-se para o Condeixa.
Luís Amorim (63 jogos)
Defesa central/médio defensivo que fez toda a formação no Cachão, clube do concelho de Mirandela, mudou-se para os alvinegros quando transitou para o futebol sénior, no verão de 2017.
Nas primeiras cinco temporadas nos mirandelenses amealhou 63 partidas (24 a titular) e um golo no Campeonato de Portugal, ajudando a equipa a apurar-se para a fase de acesso à Liga 3 em 2020-21. Porém, na época que se seguiu mostrou-se impotente para impedir a despromoção aos distritais da AF Bragança.
Em 2022-23 manteve-se no plantel, tendo contribuído para a conquista da dobradinha distrital.
Disputou o mesmo número de jogos de Luís Amorim, mas amealhou mais 2390 minutos em campo – 4899 contra 2509.
Luís Vaz (55 jogos)
Lateral direito mirandelense que dividiu a formação entre Mirandela e Vitória de Guimarães, ingressou pela primeira vez na equipa principal dos alvinegros em 2006-07, na altura para competir na III Divisão Nacional.
Seguiram-se quatro anos no SC Vila Real antes de regressar ao Mirandela em 2012-13, para jogar na II Divisão B.
Nas três épocas que se seguiram totalizou 55 partidas (51 a titular) no Campeonato de Portugal, contribuindo para o apuramento para a fase de promoção à II Liga em 2014-15.
No verão de 2016 pendurou as chuteiras e foi jogar futsal para o Vale Madeiro.
Rui Borges (53 jogos)
Extremo mirandelense e filho do antigo jogador do Mirandela Manuel Borges, fez toda a formação nos alvinegros, mas quando subiu a sénior mudou-se para o Bragança, tendo ainda passado por Paredes e Sp. Braga B antes de ingressar pela primeira vez na equipa principal do Mirandela em 2004-05, na altura para competir na III Divisão Nacional.
Seguiu-se um regresso ao Bragança e passagens por Trofense e Moreirense antes de voltar a vestir a camisola do Mirandela em 2009 e 2012, tendo contribuído para o primeiro lugar na Série A da III Divisão em 2010-11.Após ter representado Famalicão, Freamunde e novamente Bragança, somou 53 jogos (50 a titular) e cinco golos pelo Mirandela no Campeonato de Portugal entre 2015 e 2017, ajudando a estabilizar os transmontanos nos patamares nacionais.
Em 2017 pendurou as botas e tornou-se treinador, tendo orientado a equipa principal do Mirandela até fevereiro de 2019.O seu filho, Mário Borges, fez grande parte da formação no Mirandela e integrou a equipa principal entre 2020 e 2022.
Por David Pereira