A segunda volta da edição 2022/2023 da Liga portuguesa começa a escaldar. Por um lado, há processos judiciais, tendo sobretudo o Benfica (embora figuras ligadas ao FC Porto sejam protagonistas no caso do emails) como pano de fundo, à espera de sentença, ou em investigação, por outro fora exumados recentemente, de fora estratégica alguns casos a que nada, a não ser o ruído, foi acrescentado. Este ó campeonato que se joga nos bastidores, feito de tentativas de meter algum pedregulho na engrenagem do rival. Nada de novo, o que não é de estranhar, mas que só mostra como as velhas fórmulas continuam a fazer parte de portefólio desenterrado ciclicamente.

 Benfica, perante um calendário inicial que não é dos mais difíceis, pode cimentar a liderança, tendo em conta os cruzamentos próximos entre Sporting SC Braga e FC Porto. Porém, para fazê-lo, terá de mostrar mais proatividade e menos gestão da que fez em Paços de Ferreira, onde podia perfeitamente ter acabado com o credo na boca uma partida que tinha tudo para ter ficado arrumada em tempo útil. Não deixar que a equipa adormeça em certos períodos do jogo é o trabalho de Roger Schmidt, que recebeu de braços abertos Gonçalo Guedes, que encaixou como uma luva na forma de jogar do técnico alemão.

 Já o Sporting vai enfrentar, até meio de fevereiro, duelos com SC Braga e FC Porto que podem determinar o que será o resto da temporada leonina. Sem Paulinho, castigado e sem Porro de abalada, Rúben Amorio vai ter de baralhar e voltar a dar, num contexto em que escasseiam os trunfos no baralho. Ao mesmo tempo, já se percebeu que sempre que os resultados não são os melhores, continua ativa a uma quinta coluna que tem como alvo Frederico Varandas, mas que não hesitará em atingi-lo através de Rúben Amorim. Nada disto será bom para os leões, e o sportinguista não devem ter memória curta e recordar o que aconteceu ao clube nos anos da balcanização, a que se seguiu um populismo que ia destruindo o clube. Estabilidade nas horas difíceis, é o que faz falta.

Orlando Fernandes