Uma época depois de o Manchester United lhe ter reaberto as portas da Premier League, ajudando-o aos 36 anos, a deixar uma Juventus em claro declínio, Cristiano Ronaldo prepara-se, tudo o indica, para deixar o clube pela porta dos fundos. Com este comportamento egoísta, arrisca hipotecar o legado que construiu no histórico Manchester, clube que o lançou no futebol de alta competição quando era um imberbe de 18 anos que dava os primeiros passos como profissional, ajudando-o, depois nessa caminhada de afirmação como um dos maiores desportistas de todos os tempos.
Dizem que Cristiano Ronaldo está a forçar a saída porque quer jogar a Liga dos Campeões, que está até disponível para ganhar menos dinheiro do que os quase 30 milhões de euros anuais que o United lhe paga.
Ou melhor, pagava – e aqui se calhar, está a razão para querer sair -, já que a não qualificação para a Champions implicará um corte salarial de 25% aos jogadores. Mas se os diabos vermelhos vão disputar a Liga Europa em 2022/23, os principais responsáveis são os…futebolistas, CR7 incluído, independentemente do seu profissionalismo exemplar, pois havia material humano para se fazer bem, mais e melhor.
Fala-se que há interesse do Chelsea, que tem, um novo dono bilionário, e do Barcelona, ainda a braços com graves problemas financeiros, equipas que são rivais daquelas (Manchester United e Real Madrid) em que o craque português se fez lenda. Não sei como esta novela vai acabar, mas uma coisa parece-me certa: Cristiano Ronaldo arrisca-se a passar de ídolo o mal-amado pelos adeptos se deixar os diabos vermelhos dessa forma.
E se for para o Barça, creio os apoiantes do Real Madrid também, jamais lhe perdoariam tal traição. Para mim, terá mais a ganhar se cumprir o contrato com o Manchester United e tentar ajudar o clube a voltar a ser campeão. O título elevaria Cristiano Ronaldo à condição de Deus em Old Trafford.
Orlando Fernandes