A Argentina é a nova campeã do mundo de futebol. Numa final frenética e muito emotiva, a Albiceleste levou a melhor sobre a França, nas grandes penalidades, após um empate (3-3) entre tempo regulamentar e prolongamento. A Argentina esteve sempre na frente do marcador, com os gauleses atrás do prejuízo e a estrela Kylian Mbappé à procura de manter o sonho da reconquista aceso. O craque do PSG apontou um hat-trick, terminando a competição como melhor marcador (oito golos apenas a um do registado de Eusébio, em 1966), mas não foi suficiente para a turma de Didier Deschamps chegar ao terceiro troféu.
Quem alcançou a tripla foi, por isso, a Argentina que tinha levado a melhor também em 1978 e 1986. Depois de Mario Kempes e Diego Armando Maradona, as duas grandes figuras dessas conquistas, apareceu Lionel Messi para levantar a taça e aumentar a sua lenda. O ´10´ apresentou a sua melhor versão de sempre em Mundais, reforçou o estatuto de um dos melhores de sempre da modalidade (provavelmente, o melhor) e alcançou a taça que faltava na sua vitrine e que há muito era desejada.
Foram sete golos, três assistências e acima de tudo, muito brilhantismo, liderança e capacidade para carregar uma equipa que não tendo maus jogadores, não era a formação mais forte em termos teóricos. Só com um Messi a top seria possível atingir este desiderato e o astro do PSG não vacilou.
Por outro lado, o capitão teve a ajuda de fiéis escudeiros, que ganhara aqui uma nova dimensão neste Mundial. Começado pela baliza, Emiliano ´Dibu´ Martinez foi verdadeiramente decisivo, impedindo que Kolo Muani entregasse o título à França já perto do final do prolongamento. Além disso, o guarda-redes do Aston Villa foi sempre uma mais-valia nos duelos de grandes penalidades e mostrou a segurança que a equipa necessitava.
À sua frente, Otamendi cometeu um erro que permitiu ao adversário reentrar na disputa do jogo, mas fez um grande Mundial, enquanto Cristián Romero foi subindo de produção. Também Alexis Mac Allister e Rodrigo de Paul foram melhorando, ao passo que as entradas de Enzo Fernández (melhor jovem da prova) e Julián Álvarez no onze inicial foram determinantes para a turma de Lionel Scaloni chegar ao sucesso.
A última palavra vai para o treinador, que reuniu um grupo coeso, harmonioso e que soube superar a adversidade inicial, frente à Arábia Saudita, para atingir a eterna glória mais tarde.
Orlando Fernandes