A última semana ficou marcada pelo adeus de Enzo Fernandez e Pedro Porro. Os dois eram possivelmente, os que tinham mais potencial para chegar a equipas de topo e o mercado não quis esperar, levando- os já de terras lusas. São duas baixas significativas para o Benfica e Sporting, respetivamente (e por isso custaram o que custaram) e, embora saibamos que o futebol é um jogo coletivo, nenhuma das equipas ficará igual.
Começando por Enzo, teve uma ascensão meteórica. O argentino até podia ter apenas chegado agora, caso a campanha do River Plate na Libertadores tivesse corrido bem, mas veio a tempo e horas no verão e seis esses depois já foi embora. Aterrou por 10 milhões mais objetivos, sai por 121 milhões, o valor da cláusula. Pelo meio contribuiu muito para a campanha interna e europeia das águias e foi Campeão do Mundo. Dificilmente o último ano podia ter sido melhor para o novo 5 do Chelsea, que entrou já em campo com Fulham. Acabou por ser uma transferências turbulenta, pelo timing, pelos comportamentos extracampo do médio, que se recusou a treinar e forçou a saída de todas as formas e pelas parcelas de pagamento, mas sempre me pareceu claro que o desfecho seria este.
Não faz sentido manter um jogador que não quer estar, por mais talentoso que seja, e recusar uma oferta desta dimensão roçaria o patético. É certo que o Benfica não é campeão já três temporadas e Rui Costa está disposto a tudo para reconquistar o título e ir longe na Champions, mas a vantagem na Liga e o rendimento que a equipa de Roger Schmidt tem apresentado (com e sem Enzo) deixam algum otimismo. Além disso, os cofres ficam cheios com mais uma grande transação, mesmo que o ´bolo´ todo não caia na Luz.
Já a entrevista de Rui Costa pareceu mais uma forma de acalmar os adeptos, mas não deixa de ser estranho o linchamento de jogador que e tanto ao clube e que irá subir o seu vencimento de forma esmagadora.
Por outro lado, Pedro Porro também seguiu para Inglaterra. O Tottenham igualou a cláusula, ganhou uma nova asa direita e o Sporting perdeu aquele que foi o melhor lateral direito do clube nos últimos, 30 anos (pelo menos). O espanhol não era apenas um defesa. Era o jogador com maior poder de desequilíbrio, muito forte na construção, drible e cruzamento, venceu títulos e contruiu uma forte relação com os adeptos. Agora há Bellerin, mas o compatriota deixar á saudades.
Orlando Fernandes