Para início e conversa bem bom! A primeira jornada da Liga 2022/2023 ofereceu aos adeptos do futebol 90 minutos de emoção e espetáculo no SC Braga, 3- Sporting, 3, enchendo de promessas as rondas que se seguem. Apesar da moldura humana, embora respeitável, não ter sido o que se deseja (57 por cento da capacidade da Pedreira), as equipas deram-se ao jogo como se não houvesse amanhã e mantiveram a incerteza até ao fim.

Pena que não pudessem, ambas levar os três pontos, já que assim, apenas um ponto no bornal, deve saber a muito pouco para quem tanto trabalhou e fez com que os corações batessem a ritmo forte.

Confesso que tinha mais dúvidas em relação aos bracarenses do que aos leões e, antes de mais, devo afirmar que a equipa de Artur Jorge foi uma agradabilíssima surpresa, não só pela inexcedível entrega, mas também pela qualidade do futebol e ainda pelas alterativas absolutamente válidas que saíram do banco.

É verdade que os minhotos tiveram algumas dificuldades na coordenação defensiva, mas há que explica-las, também, com a versatilidade do ataque do Sporting, especialmente enquanto Matheus Nunes durou e municiou a equipa para os dois primeiros golos. Já dos leões esperar-se-ia um pouco mais em termos de solidez defensiva, já que os cinco defesas que iniciaram a partida são velhos conhecidos de Alvalade.

Demasiados erros e hesitações toraram tranquilidade a uma equipa onde o estreante Sr. Just ainda é uma espécie de peixe fora de água. Mas Rúben Amorim (que ainda não pode estar satisfeito com o rendimento da posição seis, seja na versão Morita, seja com Ugarte) tem ao seu serviço muito talento que lhe dá garantias para estar à altura das ambições do clube.

Desta jornada inicial há ainda a referir, no que concerne à luta pelo título, as vitórias cantadas, por números gordos que nunca estiveram em dúvida, de Benfica e FC Porto frente a Arouca e Marítimo, na linha daquele campeonato que cava um fosso descomunal entre os do topo e os outros. Águias e dragões revelaram, em estilos diferentes, solidez e ambição, ficando reservada para o dia em que tiveram compromissos mais exigentes uma outra avaliação.

Palavra final para o Casa Pia, que celebrou o regresso à I Divisão com um empate (que podia ter sido vitória) nos Açores. Parabéns.

Orlando Fernandes