Terminadas as primeiras sete jornadas do campeonato, são duas as mudanças de treinador registadas até ao momento na Liga Portuguesa Bwi. Se alguns clubes têm desiludido neste primeiro ciclo de competição, nomeadamente Sporting, Paços de Ferreira ou Santa Clara, a verdade é que outros têm superado as expetativas (Benfica e SC Braga, mas também Boavista, Portimonense ou Casa Pia), sendo que ainda estamos numa fase muito precoce da prova.

 Neste sentido, apenas Famalicão e Marítimo decidiram desde já dar um murro na mesa e virar a página em relação ao passado recente. Apesar da especulação em torno do regresso de Daniel Ramos aos Barreiros, foi João Henriques a assumir o leme dos madeirenses.

 Depois de um grande trabalho nos Açores e de um menos feliz em Guimarães, o técnico de 49 anos sucedeu a Vasco Seabra, que deixou a equipa sem qualquer ponto somado. Não será fácil tirar o Marítimo da cauda da tabela classificativa e a primeira amostra no Estádio da Luz frente ao Benfica não foi animadora, mas certamente que a direção está apostada em inverter o ciclo negativo e a chegada de um treinador mais objetivo e resultadista surge nessa onda.

 Certo é que o Marítimo tem alguns jogadores de qualidade, nomeadamente Joel Tagueu, Winch, Xadas, Beltrame, bem como os reforços Pablo Torre Rafael Brito ou Soñora, mas seria fundamental que o trio Trmal, Matheus Costa e Zainadine recuperasse para existir uma maior solidez a retaguarda.

 Por outro lado, o Famalicão, que tem sido outro habitué no que a “chicotada psicológicas” diz respeito em anos anteriores também decidiu mexer e recrutou novamente João do Sousa. O ex-adjunto de Marco Silva, que tinha ficado ligado à boa campanha no regresso dos famalicenses ao convívio dos grandes, em 2019/20, regressa para tirar os minhotos da cauda da classificação e fazer melhor do que os quatro pontos nas sete rondas inaugurais.

 Talento nunca falta por aqueles lados, pelo que o fundamental será meso estabilizar a equipa emocionalmente, escolher um onze base (com tanto talento e reforço sucessivo nem sempre é fácil) e melhorar igualmente o processo ofensivo, na medida em que o Famalicão apontou apenas um golo até agora.

 Nota final para César Peixoto, Mário Silva ou Moreno, que estão também já pressionados nesta fase e precisam de dar uma resposta cabal nas jornadas que se seguem, de modo a impedir que o número de trocas nos bancos aumente.

Orlando Fernandes