Os barrosões defrontaram, pela primeira vez em 47 anos de vida, um dos grandes do futebol português. Foi bonita a festa na noite fria de Chaves.

O GD Vilar de Perdizes vestiu o seu melhor fato para defrontar o detentor do troféu.

Os barrosões mostraram excelente organização defensiva e só faltou mais capacidade ofensiva. As transições e as bolas paradas não surgiram e o guarda-redes dos dragões acabou por não fazer nenhuma defesa digno de registo.

Foi um Vilar curto, mas trabalhador, que acabou por dar tudo em campo para honrar o futebol transmontano e o barrosão em particular.

O Vilar tentou, porém do outro lado esteve uma equipa com outra capacidade em todos os aspetos. Exceto em alma, aí os barrosões igualam os vice-campeões nacionais.

Vítor Gamito, treinador dos barrosões, dizia na antevisão que este “Vilar tem um pouco de Sérgio Conceição”. Na verdade tem, quem não correr e der tudo em campo não joga.
4036 almas assistiram a um encontro que pode ser irrepetível.

Os azuis e brancos dominaram a partida, todavia os Gverreiros da Raia ainda enervaram o adversário que, não conseguia encontrar o caminho do golo.

Daniel, na baliza do Vilar, mostrava qualidade e defendia aos 7 e 9 minutos. Porém, André Franco gelava a bancada central – onde estavam em larga maioria os adeptos vilarenses – com um remate forte e colocado, fazia o 0-1, resultado com que se chegou ao intervalo.

Na etapa complementar, esperava-se uma reação dos transmontanos, que acabou por não chegar, muito por culpa do FCP, mais intenso e pressionante, com o claro intuito de resolver de vez a eliminatória.

Sérgio Conceição introduz Evanilson em campo e apenas cinco minutos depois faz o 0-2, depois de assistência de André Franco. Fábio Cardoso e Nico puderam engordar o resultado, no entanto a bola não quis entrar.

André Franco, do FC Porto, foi o melhor em campo, e Daniel, jovem guarda-redes de 19 anos, foi o melhor do Vilar.

Vítor Gamito, treinador do Vilar de Perdizes, saiu agradado com a organização defensiva: “Estivemos irrepreensíveis. Não conseguimos pressionar tão alto como gostaríamos, mas penso que toda a região estará orgulhosa daquilo que fizemos hoje. O Porto não é uma equipa qualquer, é uma das melhores equipas da europa.”

O treinador portista, Sérgio Conceição, referiu: “Foi uma vitória séria da minha equipa, sabíamos que íamos defrontar um adversário muito motivado. Como se apresentou, em bloco baixo, muito baixo, cabia-nos a nós as despesas do jogo, com esse respeito de estarmos sempre equilibrados a nível defensivo. Fizemos os nossos golos, podíamos ter feito mais um ou outro.”

Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.

GD Vilar de Perdizes – FC Porto, 0-2.

Árbitro: Carlos Macedo (AF Braga).

GD Vilar de Perdizes: Daniel, Ouatara (Rodrigo Neves 81), Moreno ©, Alisson, Pedro Miguel, Raymond (Parente 76), Agustin, Sanchez (Marcelo 76), Paulo Costa, Samate (Renteria 69) e Mendy (Diogo Almeida 69).

Treinador: Vitor Gamito

FC Porto: Cláudio Ramos, João Mário (Martim 73), Fábio Cardoso, Zé Pedro, André Franco, Marko Grujic, Nico (Mendes 73), Pepê (Gonçalo Borges 84), Namaso, Galeno (Evanilson 60) e Navarro (Francisco Conceição 60).

Treinador: Sérgio Conceição.

Ao intervalo: 0-1

Golos : 0-1, André Franco (36); 0-2, Evanilson (65).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Mendy (12) e Grujic (90+4).

Por Nuno Carvalho

Foto: GD Vilar de Perdizes