O Benfica está determinado no reforço de todas as suas equipas, em diferentes modalidades, certo de que o sucesso de um clube estará sempre intimamente ligado aos resultados desportivos que obtiver. Este é um princípio basilar, que foi demasiadas vezes esquecido por visões tecnocráticas (chamemos-lhes assim…), que passaram ao lado do alfa e do ómega das intenções dos fundadores, e essencialmente daquilo que move um clube, a paixão dos seus adeptos. O caminho, desde que ancorado em contas certas e pés bem assentes no chão, deve ser este e mais nenhum, para o, Benfica e para os outros. Quanto a manter um saudável equilíbrio entre o deve e o haver, isso só será feiro através da simbiose entre a ousadia do investimento e a competência dos gestores (não é só dentro das quatro linhas que a qualidade faz a diferença), devendo os clubes manter o espírito aberto a novas soluções, que em determinadas latitudes começam a ser imperiosas, e que passam pela chegada de investidores credíveis, que injetem dinheiro sem que os clubes percam autonomia ou identidade. À primeira vista poderá parecer que estou a sugerir a quadratura do círculo, mas de facto, por mais que as receitas extraordinárias equilibrem os balanços, já se viu serem redutoras quanto ao desenvolvimento dos projetos desportivos. E é esse nó górdio que deve ser desatado, provavelmente à maneira de Alexandre o Grande, já lá vão 235 anos.

 Autonomize o setor da arbitragem para as competições profissionais de futebol, é a única forma de criar condições para que se saía deste clima de desconfiança e suspeição em que temos vivido. A tarefa não é fácil, dados os múltiplos aspetos – financeiros e laborais, especialmente – que estão envolvidos. Aprender com as experiências da Premir League e da Bundesliga, tendo depois engenho e arte para adaptá-las à nossa realidade, parece ser a via mais sensata de atingir os objetivos desejados, no mais curto espaço de tempo. Tempus fugit…

 Em Rio Maior, defrontaram-se um clube e uma ficção. Ganhou o clube, e a ficção, como os cucos, vai agora pôr os ovos em ninho alheio. A B-SAD finou-se. Foi para a cova, sem piedade.

Orlando Fernandes