Por uma questão de contas, há clubes que precisam de fazer caixa, através da venda dos direitos desportivos os jogadores, até 30 de junho, e outros a quem dá mais jeito só faturar a partir de 1 de julho.

O Benfica, por exemplo, que no exercício que termina no fim deste mês vai incluir o encaixe feito com Enzo Fernandez – na Luz entraram 80 milhões de euros – só tem vantagem em atirar para o segundo semestre de 2023 as eventuais vendas que possa vir a fazer, sabendo-se que os encarnados têm os dois ou três jogadores que provocam a cobiça dos grandes europeus.

Já outros, precisam exatamente do contrário, para não pisarem o risco do fair-play financeiro, uma espécie de andar no arame sem rede em que a menos perda de equilíbrio pode ser a morte do artista. Aliás, não sei como irá a UEFA conviver com a nova realidade que nos chega da Arábia Saudita, que começou por contratar grandes nomes em fim de carreira, e agora faz mira a jogadores mais jovens – Rúben Neves já foi e de Berrando diz-se ter recebido uma proposta de 87 milhões de euros por época -, e que além de traduzir uma mudança de paradigma, pode levar a algumas distorções, com comecemos a ver esses mesmos jogadores a serem emprestados a emblemas europeus, finfando, com um nó cego o fair-play financeiro.  

Orlando Fernandes