De candidato à subida à Liga 3, o Montalegre foi surpreendentemente despromovido aos distritais.

O Montalegre caiu com estrondo. O primeiro golo sofrido no Minho matou a equipa. Barrosões regressam aos distritais oito anos depois…

O CDC Montalegre está em choque, poucos previam este nefasto desfecho.

Uma equipa bipolar, capaz do melhor e do pior, e com pouca capacidade de reação às adversidades.

A primeira parte do Montalegre foi boa, a segunda horrível.

Entrou com determinação e atitude q.b. a formação transmontana. Logo ao minuto 15 André Dias proporciona boa defesa a Hugo.

Os Sandinenses equilibram e têm duas boas chances para inaugurar o marcador: aos 17´ Ricardo Benjamim sai fora da área para resolver e cinco minutos depois o capitão Endric faz um perigoso disparo.

Na resposta, André Dias atira à barra. Ao intervalo 0-0.

Na segunda metade do jogo, a formação de Júnior Santos foi claramente mais forte. Na sequência de um canto, Pedro Araújo inaugurou o marcador, antes já tinha ameaçado.

Os barrosões sentiram o golo e caíram como um baralho de cartas. A ansiedade, frustração e os nervos toldaram a equipa quase toda e os erros sucederam-se.

Os Sandinenses aproveita para fazer o 2-0 e 3-0 por Neiva e Totas respetivamente. Em apenas doze minutos, três golos sofridos e a vida estava muito complicada para a formação de Flávio das Neves.

Aos 67´o Montalegre dava um ar da sua graça. Alex isolou-se, porém não foi capaz de bater Hugo.

Aos 79´nova bola na barra da baliza d´Os Sandinenses. A sorte protegia os mais audazes.

Na parte final da partida, o auxiliar Luís Pinto indica ao juiz principal que houve falta dentro da área barrosã. Totas fechou o marcador com o 4-0.

Depois do golo do Vila Real, e do final da partida no Calvário, a tristeza apoderou-se de atletas, diretores, treinadores e adeptos.

Estava tudo perdido, o Montalegre era a quinta equipa despromovida numa Série A jogada até ao último segundo. Nunca visto.

O treinador da equipa da casa, Júnior Santos, considerou que “iria ser um jogo extremamente difícil, o Montalegre tem muito valor individual. Deixar uma palavra de força ao Montalegre, custa, dói, mas acredito que o Montalegre vai voltar muito mais forte.”

O treinador dos transmontanos, Flávio das Neves, pediu desculpa pelo desfecho: “Enquanto responsável máximo da equipa, também assumo a minha responsabilidade, foi inaceitável o que aconteceu. Pedir desculpa por não ter conseguido ajudar este clube enorme.”

Por Nuno Carvalho

Foto: CDC Montalegre